Necessidade Tribal
A palavra GRUPO em si mesma, traz muitas conotações, como: reunião, afinidades, troca, aprendizado. Isto em qualquer espécie, animal ou vegetal. Assim, não poderia ser diferente com os seres humanos. Desde o tempo das cavernas.
Os motivos básicos que faziam o homem primitivo reunir-se em tribos, certamente foram os mesmos que impulsionam, hoje, o homem moderno a fazê-lo. As pessoas se reúnem para trocar ideias, afeto, apoio, força e em especial, por uma necessidade atávica de “fazer parte”.
Mas talvez, o que seja mais importante no processo de agrupar-se: é o sentimento da ACEITAÇÃO, que significa ”eu falo o que sinto, vocês me ouvem e me aceitam como sou".
Esta aceitação é uma condição intrínseca do processo grupal e ela é fundamental, pois na partilha do que se diz em um grupo, está pressuposto o perdão, não dos outros, mas especialmente, de si mesmo! E à medida que acontece esta libertação, o coração se abre para dar e receber, com gratidão.
Por isso, há que se lembrar, outra característica importante do estabelecimento do grupo: a PROTEÇÃO. Dentro dele, forma-se uma rede de apoio e solidariedade, onde cada membro se sente seguro o suficiente para compartilhar o que precisa, sem temer a condenação, como seria possível, fora do grupo, em meio às competições do mundo.
Abrir o coração, não é fácil, mesmo que seja por alguns segundos, dentro de condições seguras, mas é um gesto necessário para quem deseja se conhecer melhor, ser amado e experimentar verdadeira alegria.
A alegria vem do coração, é lá que ela mora, mas precisa do calor dos afetos e da sinceridade, para aflorar. A reunião em grupo dá esta valiosa oportunidade, restaurar a alegria simples de estar vivo e reaprender a trocar com os outros, através da verdade do coração.
Sonia Medeiros Malabar